Os hospitais Pompéia, Geral e Virvi Ramos, localizados em Caxias do Sul, negaram que tenham registrado casos positivos de coronavírus, ao contrário do relatado em um áudio que viralizou em grupos deWhatsApp nesta quarta-feira (18). Na mensagem, de quase três minutos, uma profissional de saúde dá a entender que trabalha no Hospital Geral (HG) e afirma ter relatos de que os casos de covid-19 são muito superiores aos divulgados oficialmente.
Entre relatos a respeito da suposta gravidade da doença em São Paulo, a jovem também afirma que as unidades de saúde estariam recebendo pacientes com sintomas suspeitos e encaminhando para casa sem que houvesse notificação. Ao fim do áudio, ela diz ainda que os três hospitais já receberam pacientes com casos confirmados da doença, mas não divulgaram a fim de não alarmar a população.
O HG confirmou que a autora da mensagem é funcionária da instituição, mas negou que tenha sido registrado qualquer caso de covid-19. Ressaltou ainda que todas as medidas de segurança interna estão sendo tomadas para evitar a proliferação do vírus e que estão tomando todas as medidas junto à Secretaria Municipal da Saúde de Caxias do Sul e a outros hospitais. Ainda nesta quinta-feira (19), a direção do hospital deve realizar uma reunião a fim de tranquilizar as equipes e repassar novas diretrizes.
O hospital Pompéia se manifestou ainda na quarta-feira por meio de nota em seu site oficial. Além de reforçar não ter identificado nenhum caso de coronavírus, a instituição diz que preza pela “transparência, qualidade de atendimento e segurança de todos os nossos pacientes, visitantes e colaboradores”. O Pompéia diz ainda lamentar que “esta desinformação esteja sendo disseminada” e orienta ao público buscar informações junto aos veículos de comunicação ou nas mídias sociais oficiais do hospital.
Já a diretora executiva do Hospital Virvi Ramos, Cleciane Doncatto Simsen, disse que a instituição fez apenas dois atendimentos a casos suspeitos de coronavírus e que os pacientes estão isolados em casa com monitoramento das equipes por não se tratarem de casos graves. As duas pessoas fizeram testes, mas os resultados ainda não foram encaminhados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). Além disso, outras duas pessoas buscaram o atendimento, mas não se enquadravam nos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Ainda assim, eles optaram por realizar o teste particular e também aguardam o resultado. Os testes particulares, inclusive, estão em falta na instituição e um novo lote é esperado somente para abril.
— Isso (o áudio) faz parte do pânico de alguns profissionais de saúde. É uma pena, mas entendo que vamos precisar melhorar a comunicação interna. Todas as instituições estão preocupadas com suas equipes. As instituições não têm nem como omitir essa informação (casos confirmados) porque as amostras são enviadas ao Lacen e entram direto na estatística. Caxias do Sul não saiu da fase de contenção, com dois casos — avalia.
Ainda segundo Cleciane, quando o número de casos aumenta muito, é possível que as estatísticas deixem, de fato, de acompanhar a realidade, já que os testes passam a não ser realizados em todos os pacientes. Até se chegar a esse nível, porém, é possível manter o mapeamento dos infectados.
— Se chegarmos nessa situação, a gravidade vai se dar em idosos e quem tem problemas de imunidade, por isso a recomendação de ninguém sair de casa. Se isso estivesse ocorrendo em Caxias, teríamos mais casos positivos. Não temos transmissão comunitária em Caxias. Se tivesse, o cenário mudaria um pouco, por isso exige rigidez no acompanhamento — explica.
Outros áudios também circulam pelo WhatsApp citando, principalmente, a Unimed. A operadora de saúde emitiu nota em que declara que uma série de medidas de contingência estão sendo tomadas, que a Unimed está comprometida com o atendimento e com a transparência das informações, notificando imediatamente à Vigilância Sanitária todos os casos suspeitos e positivos.
A Unimed também divulgou um vídeo com diretor técnico do hospital em Caxias, Vinícius Lain, em que ele fala que um único paciente entre os que procuraram a instituição foi confirmado com o coronavírus e que esta pessoa infectada está em casa em isolamento.
– Todos os pacientes que procuram o hospital com síndrome respiratória estão sendo verificados. Nenhum paciente em estado crítico, neste momento, está internado dentro do hospital. Toda a informação é fornecida através da central da Unimed. Muitas vezes, áudios e vídeos veiculados por meios não oficiais podem atrapalhar e gerar pânico na população – declarou Lain no vídeo.
Fonte: Gaúcha ZH